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Passado, presente e futuro; Aliança pela Infância analisa 2018 e aponta desafios e oportunidades para 2019

22 de fevereiro de 2019

O ano de 2018 foi movimentado e provocou reflexões de diferentes naturezas à Aliança pela Infância e a todos os seus núcleos e seguidores espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Antes começarmos o aquecimento para a Semana Mundial do Brincar 2019, está na hora de relembrar ações, debates, atividades e iniciativas que marcaram o ano passado.

Fátima Falcão, jornalista e membro do conselho consultivo da Aliança pela Infância, acredita que foi um ano desafiador e de apreensão em relação a questões sobre a garantia de direitos. “O papel da Aliança não é exatamente na área de advocacy, mas ela vem se posicionando como uma organização inspiradora, que trabalha com o positivo, com o que pode representar avanço. Quando vemos ameaças de retrocessos, a reação natural é ficar mais alerta, tanto na organização como em sua rede. Apesar de todos os desafios, 2018 acabou se tornando um ano de materialização de metas e daquilo que tínhamos planejado. Eu vejo como um ano positivo. Se a Aliança quer ser uma organização inspiradora, precisa buscar inspiração em si mesma, em sua carta de princípios e também na ação dos membros para poder se alimentar dessa esperança.”

Logo no primeiro semestre, a articulação de pessoas alinhadas à missão da Aliança pela Infância de sensibilizar a sociedade sobre a importância de uma infância digna e saudável, resultou em importantes conquistas, como a aprovação da Semana Mundial do Brincar em diversos locais. Limeira, Curitiba, Piracicaba, e Guaratinguetá aprovaram a SMB como evento no calendário oficial dos municípios.

Fátima acredita que, com essas aprovações, a sociedade está em um momento de sensibilidade sobre a questão do brincar, que foi seguida de materialização em políticas públicas e mobilização da população. Letícia Zero, coordenadora da secretaria executiva da Aliança pela Infância no Brasil, avalia que houve um avanço da visão sobre o que é realmente importante para o momento da infância. “A visão do brincar enquanto essencial para a criança está crescendo cada vez mais. Vemos as pessoas se apropriando para garantir tempo e espaço para o brincar livre e notando o quanto isso é importante para o desenvolvimento das crianças.”

Os meses de março e abril também foram marcados pelo aquecimento para a SMB 2018, assim como a publicação de artigos inspiradores sobre o tema do evento. Enquanto Ute Craemer, uma das fundadoras da Aliança pela Infância no Brasil, falou sobre corpo e alma, Daniel Munduruku, doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), explicou sobre a educação para o espírito e para o corpo.

Como todos os anos, o mês de maio marcou a realização da Semana Mundial do Brincar (SMB). Com o tema “Brincar de Corpo e Alma”, as manifestações se espalharam por todo o Brasil e, pela primeira vez, até mesmo pela América Latina. As iniciativas envolveram palestras para profissionais da educação, encontros formativos, resgate de brincadeiras antigas, ocupação de praias, praças e parques, teatro, oficinas de boneca, peteca, bola de sabão, aulas de circo e muitas outras ações, realizadas entre 20 e 28 de maio.

Seja na Educação Infantil, Ensino Fundamental ou até mesmo nas Universidades, a mobilização pelo brincar de fato envolveu diferentes idades e realidades.

O ano também contou com a comemoração dos 28 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Núcleos e conselheiros da Aliança pela Infância discutiram tanto sobre as determinações da lei quanto sobre a relação entre o ECA e o trabalho da Aliança com o ABCD Encantado da Infância – que determina diferentes abordagens de temas relacionados à infância, a saber: A de Aprender, B de Brincar, C de Comer e D de Dormir.

“Como o único requisito para aderir à Aliança é concordar com a Carta de Princípios, as ideias, partidos e ideologias se tornam menos relevantes. O importante é você concordar com esse documento que diz que o tempo da infância é para amar e ser amado, aprender a confiar. Precisamos concordar e defender que isso esteja na prática do dia a dia, que a infância seja preservada. Então quando vemos ameaças a isso, acho que todo mundo se sente no dever de se posicionar”, explica Fátima.

Em setembro, a Aliança pela Infância ouviu especialistas e pais sobre a prática da educação domiciliar ou homeschooling, em função da decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a impossibilidade de, sob a Constituição Federal vigente, pais e cuidadores tirarem seus filhos da escola para ensiná-los em casa. Enquanto a Associação Nacional de Ensino Domiciliar (Aned) promove a defesa do direito da família à educação em casa, especialistas e profissionais ligados à educação ressaltam possíveis prejuízos das crianças aprenderem exclusivamente nesse formato.

Além dessas iniciativas, a Aliança pela Infância também realizou uma série de matérias relembrando as boas ações encampadas por seus núcleos durante a SMB. Os núcleos de Recife, Curitiba, Florianópolis, Sapiranga, Juiz de Fora e um conjunto de três núcleos fluminenses ajudaram a construir a narrativa do #BaúDaSMB para inspirar novas ações relacionadas ao brincar.   

SMB 2019

Agora é hora de pensar nos próximos passos. Com tema e data já definidos para a Semana Mundial do Brincar 2019, que tenha início essa grande mobilização pelo brincar e pela defesa do tempo de ser criança. “O brincar que abraça a diferença”, tema escolhido para a SMB deste ano, possibilitará inúmeras conversas sobre respeito, diálogo, convívio e tolerância.

Letícia explica que é importante continuar investindo no trabalho para que as crianças tenham uma infância digna em todos os eixos do ABCD. “A Aliança tem uma perspectiva muito interessante sobre a infância integrada, de resgatar o encantamento perante a criança e a tudo que é essencial a ela. Juntamente a isso, temos uma expectativa de conectar e estreitar cada vez mais a rede de núcleos da Aliança. Essa é uma oportunidade muito grande de avançar no debate de temas que são contemporâneos por essa ótica da Aliança, o que é muito importante para que a gente não desista e continue insistindo em pautas relacionadas ao direito das crianças terem infância.”

Fátima defende que é preciso negar visões pessimistas e manter as expectativas sempre de esperança. “Que 2019, 2020, 2021 venham para a gente colocar a mão na massa e trabalhar pelas crianças. Quem trabalha com essa população não pode pensar de forma negativa; é nosso dever pensar com esperança.”

 

*Fonte da imagem. 

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