De 04 a 10 de dezembro, a Aliança pela Infância convida você a se juntar à Semana do Dormir, explorando o tema “A Natureza no Dormir”. Todos são bem-vindos a participar, seja adotando práticas simples em casa ou promovendo discussões inspiradoras sobre o tema em escolas, casas e outros espaços.
Ao longo do ano de 2023, a Aliança pela Infância vem pautando suas ações pelo tema “Naturalizar”, que olha para a criança no centro das discussões socioambientais, ressaltando qual é a natureza da criança em seus atos essenciais, e destacando a importância de uma relação estreita entre a criança e os elementos da natureza.
É fundamental o entendimento de que a criança é natureza, pois o ser humano faz parte da natureza e dormir faz parte de um ciclo natural. Depois de abordar o aprender, o brincar e o comer na ótica da natureza, chegamos agora à Semana do Dormir com o tema “Natureza no Dormir”.
Nessa Semana do Dormir, propomos uma observação da natureza das crianças a partir de seus ritmos e ciclos. Como as estações do ano, ou o ciclo de vida de uma planta da germinação à frutificação, entendemos o dormir como um importante momento do ritmo da criança, de seu ciclo durante um dia. Assim, respeitar o “tempo do dormir” das crianças e ajudá-las nesse processo, quando é preciso, é uma forma de respeitar também o ritmo da natureza e reconhecê-las como parte do mundo natural.
Nosso corpo é natureza. Os gestos, os movimentos das crianças são muitas vezes indicativos de sua relação com os ciclos do sono, que vão se alterando à medida que a criança se desenvolve e mudam seus horários de sono e vigília. A agitação durante o dia pode ser uma evidência de energia recarregada depois de boas horas de sono, mas também pode demonstrar a confusão que decorre de noites mal dormidas.
Observando as crianças com quem se convive, é possível notar que não é só um grande bocejo o sinal delas estarem com sono e de que é chegada a hora de dormir. Cada criança tem seus gestos próprios para demonstrar isso. A irritação e a agitação podem ser alguns desses sinais, pois na natureza há diversidade de manifestações.
Dormir bem é necessário para a criança se desenvolver com plena saúde. Noites mal dormidas, sono de má qualidade, dormir em ambientes pouco acolhedores, inadequados ou inseguros são fatores que fragilizam a natureza das crianças, tornando-as mais propensas a enfermidades.
Além disso, para um sono de qualidade, a criança deveria ter momentos de contato com a natureza em seu dia, brincando livremente em áreas verdes e ao ar livre, de modo a lhe proporcionar a expansão do corpo, a alegria, o relaxamento e o bem estar mental e emocional. Entretanto, sabendo que as realidades das crianças brasileiras são tão diversas, sabemos que nem sempre é assim, e é por isso que a Semana do Dormir vem chamar atenção sobre a importância de oferecer às crianças a possibilidade de vivenciar todos os ciclos essenciais a uma vida saudável para chegar com plenitude ao momento do sono. Além do respeito aos ritmos da natureza, um teto seguro sobre sua cabeça e um espaço acolhedor à sua volta, bem como a confiança e o afeto dos adultos que as cercam, são fundamentais para que tenham um sono realmente recuperador para seu corpo e sua consciência.
Ainda, respeitar a natureza da criança para um bom sono passa também por moderar os estímulos sensoriais e diminuir ao mínimo o tempo passado em contato com telas ao longo do dia, principalmente perto do horário do sono. Pois é preciso “adormecer” a atividade da mente consciente, reduzindo os estímulos do pensamento, para que outra natureza possa aflorar e a criança adentre ao sono, profundamente, renovando e processando as experiências vividas por meio do sonho.
Sonhar faz parte da natureza da criança. Sonhar nutre o sono de boa qualidade, e dormir em um ambiente adequado favorece essa forma de elaborar as experiências vividas. Com isso, a criança pode estar no mundo de corpo e alma, em paz consigo mesma, convivendo harmoniosamente com a natureza e com os outros, compartilhando toda a potência criativa que a sua presença traz para a humanidade.