O ano de 2018 marca um acontecimento muito importante para a Semana Mundial do Brincar: depois de sete anos, é a primeira vez que o evento ocorreu em outros países além do Brasil. Na América Latina, a iniciativa ganhou o nome de Semana Mundial de Jugar (SMJ).
Com o apoio e a articulação da terre des hommes Alemania (tdh-A, braço latino-americano da associação que já é parceira da Aliança Pela Infância no Brasil) e da Volkswagen da América Latina, outros onze países da região se juntaram para celebrar e defender um dos direitos primordiais da infância. México, Guatemala, El Salvador, Nicarágua, Colômbia, Peru, Bolívia, Argentina e Chile.
Para a coordenadora da secretaria executiva da Aliança pela Infância no Brasil, Letícia Zero, a expansão é uma oportunidade de estimular novos vínculos e reconectar laços com grupos que têm atuação alinhada com a da Aliança pela Infância nesta região. “A Semana Mundial do Brincar tem uma metodologia bem estabelecida e um impacto relevante aqui no Brasil. A oportunidade de levar essa experiência a outros países amplia a missão da Aliança pela Infância de inspirar ações pela valorização da infância plena e digna, pois acreditamos que há muitas experiências culturais e na área de infância que podem ser compartilhadas entre os países.”
Por ser um evento com estrutura bastante horizontal, é possível que as ações aconteçam em diversas realidades diferentes. As atividades foram articuladas por instituições parceiras da tdh-A e cada uma trabalhou questões do seu universo. Houve recuperação de danças e tradições folclóricas no Peru, busca de reconexão com a natureza na Bolívia, integração entre idosos e crianças e compartilhamento de seus modos de brincar também na Bolívia, futebol inclusivo na Argentina e, sempre de maneira espontânea e livre, assuntos como a segurança, a igualdade de gêneros e a inclusão social foram colocados em discussão.
Com suas particularidades, porém, os países da região também tem muitos pontos em comum. “Somos uma região marcada profundamente por uma desigualdade social que produz e reproduz relações de exploração e opressão. Ao mesmo tempo, somos um continente amplamente urbanizado em que a questão da violência, que é justamente produto dessa desigualdade perversa, se multiplica de modo assustador. O que se vive no Brasil também se nota nos outros países e o direito de brincar é uma ferramenta poderosa para contribuir com a construção de uma cultura de paz”, diz o coordenador regional da tdh-A Tuto Beat Wehrle.
Em seu primeiro ano, a Semana Mundial de Jugar já pode ser considerada um sucesso. “Ficamos encantados com a diversidade cultural manifestada nessas ações, evidenciando que o brincar é um instrumento de expressão cultural fundamental à garantia desse direito das crianças. Também ficamos muito felizes de ver como as entidades parceiras aceitaram nosso chamado e fizeram parte da iniciativa”, avalia Letícia.
As sementes já estão plantadas e no próximo ano, com a primeira experiência já concreta, a expectativa é envolver mais e outros parceiros e brincantes para que a Semana Mundial do Brincar e a Semana Mundial do Jugar ocorram em mais cidades. Afinal, Brincar é um direito de toda criança, esteja ela onde estiver: princípios da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, assinada em 1989 durante a Assembleia Geral das Nações Unidas. Que venha a edição de 2019!
Atenção, organizações do Brasil
Se você ou alguma organização na qual atua realizou a Semana Mundial no Brasil, não esqueça de preencher um breve formulário sobre a sua atividade. Esse relato é muito importante para contarmos essas histórias.