Naturalizar a Paz: saiba mais sobre a Semana da Infância e Cultura de Paz

13 de setembro de 2023

 

A Aliança pela Infância promove, de 09 a 15 de outubro, a Semana da Infância e Cultura de Paz, que em 2023 traz o tema “Naturalizar a Paz” para guiar ações  que podem ser realizadas em todo o país. Sim, porque qualquer pessoa, em qualquer lugar, está convidada a criar e promover atividades, iniciativas e eventos gratuitos em escolas, praças e outros espaços, alinhados à temática proposta. Conte neste formulário o que está planejando para a SPAZ.

O tema, aliás, está ligado originalmente à missão da Aliança pela Infância, que é promover o desenvolvimento de seres humanos capazes de construir uma sociedade fundada na cultura de paz, na sustentabilidade ambiental e no respeito a todas as diferenças. A partir daí se dá uma relação intrínseca entre cultura de paz e natureza, a natureza do meio ambiente e a natureza da criança. 

A carta de princípios da Aliança pela Infância antevê que as crianças  precisam estabelecer viva ligação com a terra  – com os animais, com a natureza, com as famílias e com a sociedade –  na qual possam se desenvolver como indivíduos. Esse princípio é o que nos motivou a dedicar nosso ano à reflexão sobre o tema “Naturalizar a Paz”.

É um princípio fundamental da cultura de paz poder estar no mundo de corpo e alma, atuando com presença plena e aprendendo por meio de relações afetuosas em todos os contextos, para que possam conviver harmoniosamente com a sua própria natureza de criança em seus quatro atos essenciais – Aprender, Brincar, Comer e Dormir (o ABCD Encantado da Infância).

Neste contexto, o desenvolvimento infantil pleno e digno está diretamente relacionado a um contexto ambiental e social mais equilibrado no qual crianças e adultos podem atuar no mundo a partir de valores de tolerância, respeito, empatia, acolhimento e não violência. 

Em tempos de inquietude, é preciso mudar a forma como a gente se relaciona com o planeta terra. Afinal, todas as pessoas devem ter direito a um meio ambiente seguro, limpo, saudável e sustentável – ar e água livres de poluição, terra e solo, mares e oceanos – e a uma vida livre de produtos químicos. Natural para toda criança, em qualquer realidade sócio econômica tem que ser o acesso a áreas verdes seguras e acolhedoras.

De fato, a paz deveria ser natural na vida das pessoas, mas nem sempre é assim. Acontece que a paz também se ensina e se aprende. Daí porque é importante dar atenção aos primeiros anos da infância, quando a criança imita o que está ao seu redor, inclusive a forma como as pessoas se relacionam umas com as outras e com o ambiente. Paz, como se sabe, não é inércia. Por isso, é preciso educar, desde cedo, pelo exemplo ativo.

E mais tarde, quando já ultrapassar os sete anos, a presença da autoridade amorosa dos adultos na vida da criança continuará sendo fundamental para que ela possa entender limites e lidar bem com os conflitos que fazem parte da existência de qualquer um. Porque a paz precisa de esforço muitas vezes.

Ao chegar na adolescência, se essas experiências foram positivas desde a primeira infância, mais caminhos se abrem para que se tornem adultos capazes  de respeitar os diferentes e colocar suas ansiedades e expectativas de forma não violenta. Logo adiante, se encontrará também um adulto capaz de desenvolver a paz em si mesmo e levá-la àqueles com os quais convive. A paz é construção.

Naturalizar a paz tem a ver com a capacidade inerente à infância de sonhar o futuro, de criar novos mundos possíveis e de estar por inteiro no mundo. A potência da paz está latente nas crianças e com elas podemos aprender e ensinar  coisas como o que é ser sustentável,  o que é  usar de forma consciente e respeitosa os recursos do planeta terra, o que é ter uma convivência harmoniosa  com a natureza, sem comprometer o bem-estar das gerações futuras. Ou seja, ninguém melhor do que uma criança, que teve uma experiência feliz com a natureza, para saber intuitivamente o legado que deve deixar para as crianças do futuro: ar puro, árvores e florestas, parques e jardins, águas e sementes, animais e plantas, mares e rios limpos.

A SPaz é, então, um chamado para que adultos e cuidadores pensem sim em naturalizar a paz no seu dia a dia, mas mais do que isso, é um convite para pensar  ações e hábitos cotidianos  que naturalizem a paz na vida das crianças, cultivando ambientes mais  harmoniosos e menos agressivos. 

E assim como a natureza também é lugar de se semear e ver crescer uma árvore, por exemplo, a cultura da paz requer igualmente a semeadura para se obter colheita. A convivência com a natureza é, sobretudo, uma oportunidade valiosa de se aprender sobre o tempo das coisas, das pessoas, dos animais. Por isso, ensinar a paz e cultivá-la num ambiente que aproxime o máximo possível a criança da natureza, é uma forma de naturalizar a paz desde a infância, no sentido mais literal e pleno de significados que se possa imaginar.

Cultura de Paz

Em 1997, a ONU estabeleceu o conceito de Cultura de Paz, conclamando que houvesse uma mobilização global de movimentos existentes para, juntos, transformar os princípios norteadores da cultura de paz em ações concretas.

A Semana da Infância e Cultura de Paz é a contribuição da Aliança pela Infância a esse apelo, celebrando a semana das crianças a partir das ações criadas e colocadas em prática com autonomia por todas e todos, como na Semana Mundial do Brincar.

Há três anos, a Aliança pela Infância vem realizando também a Semana da Infância e Cultura de Paz (SPAZ), que acontecerá novamente em 2023 de 09 a 15 de outubro, com o tema “Naturalizar a Paz“. Lembrando que outubro é consagrado como o mês das crianças, e marcado ainda pela comemoração do nascimento de Gandhi e pelo dia da não- violência (02/10), reafirma-se assim que o brincar promove a paz.

A SPAZ se materializa com ações, inspirações, experiências e mobilização coletiva sobre a importância do brincar e da infância na perspectiva da cultura de paz e da não violência.

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