Inspirações e experiências

Notícias

Curta-metragem mostra infância de crianças do Parque Indígena do Xingu

11 de setembro de 2018

Você já parou para pensar nas diferentes infâncias que existem ao redor do mundo? Certamente, os costumes brasileiros não são iguais aos chineses, que são muito diferentes dos britânicos, e por aí vai. Mas como crescem as crianças de tribos indígenas?

Mostrar como meninos e meninas ganham as habilidades necessárias para viver em conjunto com plantas, animais e o rio é o fio condutor do curta-metragem Waapa, lançado em maio durante a 4ª Ciranda de Filmes.

O filme trata especificamente do povo Yudja, que vive na aldeia Tuba Tuba, no Parque Indígena do Xingu, localizado no Mato Grosso. Yudja significa “dono do rio”. Diferentemente de crianças que vivem em grandes cidades, habitantes da aldeia navegam pelas águas do rio Xingu, aprendem a manusear o arco e flecha desde pequenos, a conhecer os sons da floresta, a pescar e a entender a dinâmica de seu povo.

Já a palavra que dá nome ao filme, “Waapa”, significa “remédio que cura” ou “elemento da natureza que ensina”. Por isso, no trailer do filme, é possível ver sua aplicação nas crianças, para que essas tenham suas habilidades despertadas e exaltadas. Como o nome adianta, todos os “remédios” são naturais: enquanto que a pata de uma ave é esfregada na perna das crianças para transmitir a agilidade do animal, uma aranha ensina a habilidade de tecer.

Segundo a diretora Paula Mendonça, o filme é uma oportunidade de entender o conhecimento milenar que os Yudja têm sobre a região. Além dela, David Reeks e Renata Meirelles também dirigem o curta, produzido pela Maria Farinha Filmes e realizado pelo programa Territórios do Brincar, do Alana.

Após o lançamento e exibição da obra, Paula comentou alguns aspectos em uma roda de conversa, como por exemplo o fato de que, na aldeia, o brincar vai além do prazer. Segundo ela, os Yudja, por acreditarem em uma concepção humana de corpo-alma, percebem que uma criança não está saudável quando ela para de brincar, ou seja, quando para de estabelecer vínculos. Esse processo seria um afastamento da alma.

O filme está disponível na plataforma Videocamp, que permite a organização de exibições públicas das obras. Para isso, basta fazer um cadastro na plataforma e preencher um formulário para receber o curta. No site, é possível ver as próximas exibições programadas. Com uma média de 4.6 na plataforma, o curta já foi exibido 181 vezes para mais de sete mil pessoas.

 

*A imagem que ilustra essa matéria faz parte do trailer de “Waaka”. 

Acompanhe nas redes
-Aliança pela Infância - 55 11 3578-5001 - alianca@aliancapelainfancia.org.br