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Semana do Comer – Alimentação que mobiliza afetos

4 de agosto de 2020

Como mais uma ação do posicionamento “ABCD Encantando da Infância”- sendo A de aprender, B de brincar, C de comer e D de dormir -, a Aliança pela Infância promove de 10 a 16 de agosto a Semana do Comer. Nesta página especial, você encontrará um conteúdo sobre o olhar do movimento para o tema e recomendações para explorar o assunto. Confira.

Comer é muito mais do que o que está no prato ou o que falta nele

Comer constitui a criança com muito mais do que nutrientes: com aprendizado, com transmissão de conhecimento, com experiência de mundo, com posicionamento crítico, com afeto. Que relações estamos criando entre a criança e a comida? Nessa “Semana do Comer – A Alimentação que mobiliza afetos”, a Aliança pela Infância propõe uma conversa sobre as tantas relações envolvidas no ato de alimentar uma criança, que inclui nutrição e se extende pelo território dos afetos e dos sentimentos, tão relacionados ao paladar e ao olfato.   

Crianças participando do preparo dos alimentos vivenciam carinho, tempo e processo. Ampliam o paladar, ao saborear as comidas, e tateiam novas experiências de vida à medida em que estão descobrindo qual é a sua relação com o mundo a sua volta. Cria-se um ambiente para relações saudáveis em todos os campos, cria-se o hábito de experimentar, praticar, arriscar e se envolver; campo aberto para diversidade e saúde na alimentação.  

O ato de escolher e preparar o alimento, mesmo sem a participação das crianças, ganha camadas importantes quando é humanizado com carinho, sentimento e preocupação com a sustentabilidade dos sistemas alimentares, sociais, ecológicos e culturais:  riquezas nem sempre materiais e que são um direito de todos; uma alimentação completa.

Falamos também em humanização, quando pensamos no momento de alimentar uma criança em casa, na escola ou na creche. Estamos nos referimos ao aconchego, a proporcionar espaço adequado e tempo para saborear, para tatear, para exercer autonomia e agregar ainda mais temperos na construção da relação individual e coletiva da criança com seus gostos e afinidades.  

Refeições em família, em qualquer configuração de família, são momentos de saborear muito mais do que o alimento – de fortalecimento de vínculos e de identidade. De encontros e constante construção da vida na palavra humana, em histórias, valores e tradições de cultura alimentar partilhados, transmitidos e recriados. Aprende-se gestos, emoções, gostos e valores. Desenha-se mais memórias e narrativas.

E o afeto fortalece, o afeto gera força motriz, cria potência para existir no mundo, para reconhecer beleza e para enfrentar obstáculos. O afeto pode estar nas mais diferentes realidades e não precisa de abundância material para existir. Devemos trabalhar, sim, por uma sociedade de abundância para todas e todos, mas também pelo direito à alimentação humanizada e afetuosa em todas as realidades. Por um comer cheio de vida, venha da cesta básica ou da feira orgânica.  

Nessa primeira Semana do Comer, queremos chamar a atenção para a importância da alimentação saudável, que vai muito além da informação nutricional. Pois, se somos mais do que um corpo físico, o direito à alimentação saudável deve conter qualidade nutricional na mesma medida do afeto que nutre a alma, as emoções e a identidade social e cultural. 

Proporcionar experiências com uma alimentação baseada em comida de verdade, em harmonia com a natureza, plena de afetos, cheia de sabores, rica em texturas e temperada de valores que queremos ver no mundo onde vivem nossas crianças. Um caminho poderoso para a construção de potências sobre quem são e como atuam as crianças em nosso mundo. Uma potência que se dá quando elas próprias investigam relações e descobrem gostos, em um movimento capaz de criar memórias com a família, a comunidade e o planeta.


Como participar

A participação na Semana do Comer é livre e aberta a quem se sentir sensibilizado pela proposta de gerar inspiração e experiência acerca do comer infantil pelo viés do afeto e da subjetividade. Todos podem organizar ações, desde que o acesso seja gratuito, e não é necessário validar com a Aliança pela Infância: basta fazer! Para que a gente possa conhecer o que você fez e dar voz para a sua participação, envie sua atividade para o email: alianca@aliancapelainfancia.org.br . Também publique sua ação nas redes sociais com as hashtags: #semanadocomer  e #alimentaçãoeafeto.

Que tipo de ação cabe na Semana do Comer?
Apresentamos abaixo algumas sugestões, mas sinta-se livre para imaginar e realizar novas ideias.

– Rodas de conversa digitais sobre o comer, em seus muitos recortes temáticos, com profissionais e pessoas interessadas que atuam em seu território ou projeto.

– Que tal ir com as crianças para a cozinha e preparar receitas de família? Crie um momento especial para cozinharem juntos.

– As crianças podem também ensinar as suas receitas preferidas em vídeo!

– Crie conversas, receitas e preparos em torno da cesta básica.

– Podcasts sobre o comer: entrevistas e conversas em áudio para circular por WhatsApp, publicar nos seus canais ou transmitir na rádio da sua cidade.

– Escuta de crianças: quais são as comidas preferidas das crianças da sua casa ou do seu projeto? Que memórias elas têm dessas comidas? Converse com as crianças e peça para elas desenharem sobre o assunto. Publique nas suas redes sociais com as hashtags da Semana do Comer.

– Você tem uma horta na sua casa ou espaço escolar? Escreva um relato sobre essa ação, falando sobre os desafios e potências, mostrando como a horta influencia a relação das crianças com os alimentos.


Para saber mais

Experiências e inspirações sobre o comer. 

 

Textos

 

Comida é memória, afeto e identidade 

Na literatura, no cinema, nas ciências, na filosofia e nas religiões existem evidências da relação entre memória e comida. O sociólogo francês Pierre Bourdieu afirma que é “provavelmente nos gostos alimentares que se podem encontrar a marca mais forte e indelével do aprendizado infantil. São lições que resistem por mais tempo à distância ou ao colapso do “mundo nativo” (conhecido pelo mundo dos gostos primordiais e alimentos básicos) e que conservam a nostalgia.” Leia.

Afeto e sabor

Com esses ingredientes, as refeições em família — apesar de cada vez mais raras — ainda são poderosas aliadas na hora de nutrir o corpo e ensinar boas lições de convivência, afetividade e muito mais. Leia.

Sabor, saúde e afeto

Ao observar e refletir sobre sua prática, a equipe da creche na cidade de Cajamar (SP) deu novo sentido à alimentação das crianças. Leia.

O que diz quem entende

Nove experts em comida dizem como o afeto os influencia na cozinha. Leia.

Comida afetiva

Uma expressão de gosto, hospitalidade e memória. Leia.

Alimentação na Infância

A Sociedade Brasileira de Pediatria levanta questões importantes sobre a Alimentação na infância. Confira

Dificuldades alimentares na infância

Especial da Revista Saúde debate os principais desafios da alimentação na Infância. Acesse

Crianças na cozinha

Texto da Revista Saúde explora diferentes aspectos da presença das crianças na cozinha. Leia

 

Vídeos e redes sociais

 

Entrevista com Fernanda Rauber

Nutricionista e pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde – Nupens (USP) fala sobre o cenário atual do consumo de alimentos ultraprocessados na primeira infância. Confira.

Drauzio Varella entrevista a pediatra Flavia Oliveira, da Sociedade Brasileira de Pediatria

Conversa sobre diversos aspectos da alimentação infantil na correria da família no dia a dia. A entrevista passa por aspectos nutricionais, afetivos e culturais. Assista.

Projeto Comida e Cultura

As entrevistas no canal de vídeos do projeto apontam uma visão ampla da alimentação em diversos aspectos além da nutrição. Acesse

Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável

Coalizão que defende o interesse público com o objetivo de desenvolver e fortalecer ações coletivas que contribuam para a realização do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). Suas ações buscam o avanço de políticas públicas para a garantia da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e da Soberania Alimentar no Brasil. O site reúne diversos conteúdos próprios, inclusive relacionados à infância, enquanto que o Instagram destaca também iniciativas afins de outras organizações. Conheça o site e o perfil no Instagram. 

CREN – Centro de Recuperação e Educação Nutricional

Organização sem fins lucrativos que, desde 1993, atua no combate e prevenção à má nutrição infanto-juvenil. Saiba mais.

NUPENS/USP

Orgão integrado à Universidade de São Paulo com a finalidade de estimular e desenvolver pesquisas populacionais em nutrição e saúde. O grupo é formado por professores e pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública, de outras unidades da Universidade e de instituições acadêmicas do país, além de mestrandos, doutorandos e estagiários bolsistas. Acesse.

Guia para Alimentação Escolar em tempos de Covid-19

O guia compila legislação nacional e orientações do Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar, apontando questões que devem ser observadas para a garantia do direito humano à alimentação adequada. Apresenta também boas experiências e orientações para gestores. Elaborado pelo Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar (FBSSAN), em parceria com a Campanha Nacional pelo Direito à Educação e o Movimento Sem Terra (MST). Conheça

Põe no Rótulo

Movimento de mães que lutam para que rótulos de produtos alimentícios apresentem informações mais claras, principalmente para evitar reações alérgicas. Confira o site e o canal no YouTube.

Álbum de Thyaga

Artista, músico e educador de Viçosa, Minas Gerais, com músicas sobre as frutas nativas brasileiras. Para animar investigações sensoriais sobre os alimentos e momentos de família em torno da comida. Confira.

Coletivo Eparreh

Formado por educadores ambientais que acreditam na permacultura e na agroecologia como caminhos para o desenvolvimento humano, e trabalham promovendo esses eixos com linguagem popular a acessível a todos. Acesse o blog e perfil no Instagram

O Joio e o Trigo

Projeto brasileiro de jornalismo sobre comer como ato político, com profundas implicações sociais, econômicas e ambientais. Mesmo sem foco definido na infância, suas investigações evidenciam um cenário de sistema alimentar no qual estão inseridas as escolhas referentes à alimentação infantil. Acesse o site e o perfil no Instagram.

Prato Cheio

Podcast do O Joio e o Trigo sobre alimentação. Trata da relação da indústria de alimentos com a ciência nos nossos sistemas alimentares, moldando hábitos, distorcendo consensos científicos e influenciando a adoção de políticas públicas. O episódio 7 da primeira temporada trata da influência da indústria na amamentação e introdução alimentar. 

Comida saudável para todos 

Projeto da jornalista com mestrado em educação, Juliana Gomes, cujo trabalho é defender um conceito mais abrangente de alimentação saudável, que respeite o trabalhador, os animais, a terra e a nossa história. No blog, Juliana publica reflexões sobre o assunto e receitas veganas com foco em ingredientes nacionais e acessíveis. Confira o blog e o perfil no Instagram.

Jornal do Veneno

Podcast do projeto Comida Saudável pra todos, sobre alimentação. O episódio 7 fala sobre publicidade infantil nos alimentos.

Panela de Impressão

Podcast de Elaine de Azevedo (nutricionista, socióloga da alimentação e professora universitária), que coloca as lentes da comida para olhar para a cultura contemporânea e revelar comportamentos coletivos e individuais. Acesse.

Lanche.Co

Empresa que cria cantinas escolares baseadas em comida de verdade e natural. O Instagram possui diversas dicas de receitas adequadas e atrativas para as crianças, e de momentos para estreitar os vínculos com a criança na cozinha. Conheça o perfil no Instagram.

Fabíola Duarte

Educadora e idealizadora do projeto Colher de Pau, escreve sobre comida e infância com o viés da experiência, da cultura e do afeto. Acesso o perfil no Instagram e assista uma entrevista sobre alimentação, cultura e infância.

Leila Oliveira

Especialista na abordagem de Emmi PIckler. Tem conteúdos gratuitos e pagos sobre alimentação de crianças pequenas no ambiente da creche. Conheça

Adriane Cruz

Médica pediatra, também especialista em medicina ayurveda. Confira o perfil no Instagram.

Gabriela Kapim – Nutriconista e apresentadora do programa “Socorro, meu filho come mal”. Aborda mudança de hábitos da criança e da família para gerar um contexto de alimentação com saúde. Veja o perfil no Instagram.

 

PDFs

 

Receitas divertidas – Amaná Educacional

Arquivo com receitas fáceis e ideais para preparar com as crianças na cozinha. Confira.

Educação para o consumo saudável (ANVISA)

O manual apresenta algumas legislações que se referem à ROTULAGEM DE ALIMENTOS. O objetivo maior é estimular que você e a sua família leiam e entendam as informações veiculadas nos rótulos dos alimentos. Acesse e manual e leia o documento na íntegra.

Cadernos de saúde pública

Dicas de boas práticas e cuidados na alimentação para a prevenção do vírus COVID-19. Acesse.

Cartilha hospital Amigo da Criança

Esta cartilha expõe um apanhado de orientações do Ministério da Saúde para a manutenção do cumprimento, nos hospitais que são referência para a COVID-19, da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), o qual orienta hospitais/maternidades na adoção de políticas e práticas de apoio à amamentação. Saiba mais.

Por que comer bem 

Monografia de pós graduação da pesquisadora Luana da Cunha sobre a importância da alimentação adequada na educação infantil. Acesse.

Brincando na Cozinha  

Ebook com receitas saudáveis para preparar com e para as crianças. Confira.

Como realizar o aleitamento em tempos de pandemia

Orientações para o Aleitamento Materno em tempos de Covid-19. Informe-se.

Guia alimentar para a população brasileira

Documento oficial que aborda os princípios e as recomendações de uma alimentação adequada e saudável para a população, configurando-se como instrumento de apoio às ações de educação alimentar e nutricional no SUS e também em outros setores. Considerando os múltiplos determinantes das práticas alimentares e a complexidade e os desafios que envolvem a conformação dos sistemas alimentares atuais. A guia alimentar reforça o compromisso do Ministério da Saúde de contribuir para o desenvolvimento de estratégias para a promoção e a realização do direito humano à alimentação adequada. Acesse.

Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos de idade

Documento oficial do Ministério da Saúde alinhado ao Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2014. Este guia traz recomendações e informações sobre alimentação para crianças nos 2 primeiros anos de vida, com o objetivo de promover saúde, crescimento e desenvolvimento para elas alcancem todo o seu potencial. Acesse.

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