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Livros e filmes falam do poder e força das mulheres

8 de março de 2018

No dia 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Nessa data, não é incomum encontrar homenagens em todos os cantos. Mas e se prestássemos nossos respeitos às mulheres todos os dias? Infelizmente, essa ainda não é a realidade de muitos lugares, que submetem senhoras, mulheres, jovens e meninas à violências diariamente, desde abusos até a falta de oportunidades iguais às dos homens.

E engana-se quem pensa que a falta de equidade só tem lugar em países em desenvolvimento. Com movimentos como o Times Up e Me Too, que combatem o assédio sexual e a desigualdade de pagamento e oportunidades na indústria do cinema, é possível notar que até atrizes, diretoras e profissionais de Hollywood enfrentam problemas pelo simples fato de serem mulheres.

A mudança acontece aos poucos. E promover diálogos e reflexões desde cedo só pode trazer benefícios para que as crianças de hoje enfrentem um mundo com menos preconceitos quando forem adultas. Por isso, separamos algumas ideias de livros e filmes para inspirar a discussão sobre equidade de gênero, direitos e o poder das mulheres.

Para educar crianças feministas

O sexto livro da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie é escrito na forma de uma carta para uma amiga que está criando a filha. Mãe de uma menina, a autora listou no livro 15 dicas e sugestões para que meninas cresçam como mulheres independentes. Mas, quem se assusta com o título da obra precisa saber que trata-se de uma nova forma de educar as crianças, com discussões que trazem frases como: “Porque você é menina’ nunca é razão para nada. Jamais”. Em diversas entrevistas e palestras, Chimamanda citou que, desde pequena, não via sentido no fato de que as mulheres tinham permissão para fazer certas coisas e outras não. Muitos não sabem, mas a frase ‘We Should All Be Feminists’ (‘Nós todos devemos ser feministas’, em tradução livre), que ficou famosa no final do ano passado depois de estampar uma camiseta da marca Dior, é de sua autoria.

Histórias de ninar para garotas rebeldes

Para mostrar que o mundo sempre contou com mulheres inspiradoras, o livro traz 100 fábulas sobre a trajetórias de artistas, esportistas, cientistas, políticas de diferentes épocas, países e culturas. Escrita pelas italianas Elena Favilli e Francesca Cavallo e com ilustrações de 60 artistas, a obra apresenta referências diversas, como a da artista Frida Kahlo e também das irmãs Mirabal que, por lutarem contra o regime do do presidente Rafael Trujillo, da República Dominicana, foram assassinadas em 1960. Por causa delas, a ONU declarou o dia 25 de novembro, dia em que os corpos das três irmãs foram encontrados, como o Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher.

Coisa de menina

Com 50 páginas, o livro da ilustradora brasileira Priscila Ferrari foi criado para contar a crianças de 3 a 6 anos, com textos curtos e desenhos coloridos (feitos pela própria autora), sobre feminismo e igualdade de gênero. Em uma das páginas, por exemplo, ela ressalta que mulheres podem e devem ocupar cargos importantes, como de juízas e presidentes. No vídeo de divulgação do livro, ela explica que criar as meninas em um mundo cor de rosa, onde só é possível usar vestido e brincar de bonecas, limita o potencial das mulheres. Segundo a autora, é preciso mostrar para as crianças que mulheres fizeram muita coisa no passado, estão fazendo atualmente e ainda alcançarão muito no futuro. O livro foi publicado em 2016 pela Companhia das Letrinhas.

Estrelas além do tempo

Indicado ao Oscar de Melhor Filme em 2017, o filme, baseado no livro homônimo da autora Margot Lee Shetterly, conta a história adaptada de três mulheres que trabalhavam na NASA no período da corrida espacial contra a União Soviética, nos anos 50 e 60. Além de trazer a temática de gênero, a obra também aborda questões raciais, uma vez que as três protagonistas, Katherine G. Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson, eram negras e faziam parte da equipe dos “computadores humanos”, contratadas para fazer cálculos. Apesar de enfrentarem inúmeras dificuldades, em nenhum momento as mulheres são vitimizadas. Na realidade, acontece o contrário: Katherine luta para mostrar o valor do seu trabalho e conciliá-lo com sua vida pessoal e deveres com suas três filhas; Dorothy mostra sua capacidade ao operar uma máquina que poderia substituir seu trabalho e Mary exige uma audiência para provar que é merecedora de cursar aulas (em uma escola para homens) para tornar-se engenheira.

Matilda

A obra de Roald Dahl (autor do clássico “A fantástica fábrica de chocolate”), adaptada em 1996 para o cinema, conta a história de Matilda, uma menininha com uma inteligência incomum, dons e poderes telecinéticos. Sua família não reconhece sua capacidade e, por isso, a menina prefere passar seu tempo na companhia de livros. Na escola, Matilda faz amizades com outras crianças e também com sua professora. Por outro lado, a diretora pune qualquer mínimo comportamento que julga inapropriado. Além de trazer a relação entre adultos e crianças, com os mais velhos (representados pela diretora e pelos pais de Matilda) ignorando as vontades, pensamentos e capacidade dos menores, tanto o livro quanto o filme também apresentam a independência de Matilda seja para buscar conhecimento ou para livrar-se de situações com a sua família.

* A ilustração dessa matéria pertence ao livro “Coisa de Menina”, de Priscila Ferrari.

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