#BaúDaSMB: ação no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, se multiplica pós-SMB

29 de outubro de 2018

Neste ano, inspirada por tantas atividades que enchem os olhos e corações, a Aliança pela Infância decidiu lançar a série de matérias #BaúDaSMB, para relembrar ações desenvolvidas por todo o Brasil pelos núcleos da Aliança durante a Semana Mundial do Brincar (SMB).

Saindo do núcleo de Recife, que juntamente com o Canto de Memórias Mestre Zé Negão desenvolveu uma atividade de resgate de memórias, cultura e construção de brinquedos, vamos para Curitiba. A capital do Paraná aprovou em março deste ano a inclusão da SMB no calendário de atividades da capital.

Como citado no Projeto de Lei de Curitiba, a Semana do Brincar busca mostrar que o ato não está desligado do processo de desenvolvimento e aprendizagem, pelo contrário. O brincar é uma finalidade em si, e deve ser respeitado como tal. Esse mesmo posicionamento foi defendido por vereadores que participaram da votação.

Em decorrência da aprovação da lei, a parceria entre a Câmara dos Vereadores, o núcleo da Aliança pela Infância de Curitiba e o Museu Oscar Niemeyer (MON), organizou uma atividade especialmente para crianças da educação infantil brincarem no vão do Museu. “As crianças pularam corda e brincaram nos balanços instalados. Também tivemos oficinas de bonecas e de cataventos e rodas de conversa para discutir o brincar nesse espaço. As crianças puderam circular livremente. Quem conhece esse Museu em Curitiba sabe que, normalmente, tem este caráter um pouco mais sóbrio, não tem tantos espaços para brincar, então foi muito bacana”, explica Andrea Siewerdt, à época uma das representantes do Núcleo da Aliança pela Infância em Curitiba.

Legado da SMB

A atividade no museu deu tão certo que, mesmo com o fim da SMB 2018, os encontros no MON continuaram. A articulação feita inicialmente pelo Núcleo da Aliança em Curitiba e pela Câmara dos Vereadores com o MON passou a novas mãos. Hoje, um grupo de pessoas das mais diversas atuações, seja de institutos, organizações e empresas, formam o grupo que cuida das atividades no museu, que são realizadas em um sábado de cada mês.

Isadora Ferraz, mãe e fundadora do Instituto Isha, é uma das pessoas que pensa em ações para serem desenvolvidas no museu. Ela se envolveu com a proposta ao participar de um sábado no MON juntamente com seus filhos. “Eu gosto muito de projetos envolvendo crianças. Quando morei nos Estados Unidos, dei aula de ioga para crianças durante dois anos.”

A articulação e montagem da programação funciona da seguinte forma: o Museu Oscar Niemeyer fornece um calendário que aponta qual sábado está disponível para o grupo realizar suas atividades. Com isso, é decidido em um grupo de WhatsApp quais organizações poderão participar naquela data.

A divulgação dos encontros é feita pelo Facebook. Cada organização participante naquele dia insere sua logomarca no evento e faz a divulgação também em suas páginas próprias na rede social. Vale ressaltar que no banner-convite das atividades, o grupo não coloca a que faixa etária é destinada a ação. “Nós não determinamos faixa etária, só colocamos que é para crianças. Mas acabam aparecendo desde mães com bebês de colo até crianças de 11 e 12 anos”, explica Isadora.

Entre as atividades que são oferecidas, destaque para o brincar livre, as oficinas de troca de brinquedos, as aulas de artesanato, a ioga para mães, bebês e crianças, a montagem de brinquedos, a contação de histórias, entre outras. “Quando eu trabalho com ioga, uso a contação de histórias junto, pois é uma ioga bem lúdica. Isso traz um universo interno da criança, porque mesmo que aquele momento não seja de muita criação, [o conteúdo da história] fica digerindo dentro da criança para depois.”

Isadora argumenta que a frequência dos eventos depende do mês. “Apesar de não ter um público fixo, tem algumas pessoas que são mais fiéis, que sabem que vai acontecer e quando divulgamos já ficam interessadas, ou que não podem ir em um mês e querem ir no seguinte, que entram em contato para saber quando vai ser o próximo encontro porque o filho gostou do anterior.”

O brincar livre em espaços alternativos

Isadora argumenta que a presença de crianças e do brincar em espaços que a princípio não seriam destinados a esse público é fundamental, sobretudo em um movimento contra o que é vigente no Brasil. “Aqui no Brasil existe uma resistência de levar crianças a ambientes culturais, como um museu. Então com esse brincar livre, a criança se sente à vontade nesse ambiente e tem uma conexão com o museu e com os ambientes culturais, não necessariamente um museu. Eu acredito que isso fortalece a conexão cultural que essa pessoa terá quando crescer.”

Além disso, Isadora ressalta a importância que o brincar livre tem em sua vida, ajudando a definir, por exemplo, a escola dos filhos. “A opção por escola Waldorf para os meus filhos na Educação Infantil foi justamente porque eu acho que é importantíssimo um brincar livre no sentido de não conduzir a criança; ela vai explorar a criatividade que vai emergir dela.”

A partir da exploração de diferentes materiais e brincadeiras, Isadora acredita que é possível que cada criança construa um mundo da forma como achar melhor naquele momento, o que pode mudar de um dia para o outro a depender de suas vivências.

 

*As fotos utilizadas nessa matéria são do arquivo de Andrea e Isadora. 

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